... O meu cantinho

segunda-feira, agosto 28, 2006


Encontros e desencontros. Lagrimas e sorrisos. Imensas gargalhadas. Q.b. de compreensão, carinho. Quantidades industriais de amor.

O amor... comanda-nos tanto, faz-nos grandes na alma e insaciáveis de corpo. Torna-nos puros e autênticos, sob um embalar doce, como um palpitar no peito impulsionador de vida e de sentido.

No peito existe tanta paz, após tantos anos de tudo o que constitui aquilo a que a palavra amor se refere. Tanta serenidade que a dor não doi mais, ou se atenuou na certeza da volta e na vontade de prosseguir. A par disto trago um orgulho estampado no rosto, entendendo que a vida me fez crescer tanto e que finalmente transformou a menina frágil que era, meio camuflada pela necessidade de ser alguém, numa mulher verdadeira, de pés bem presos no chão e que isto transformou todo o sentido da minha vida e do meu mundo.

Hoje sinto que não estás cá e que portanto não me posso sentir completa, mas sinto-me feliz. Plena de vida e de garra, com tanta satisfação que o peito dói menos e os meus olhos não choram.

Amo-te.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Estados

Não se pode dizer que a vida tem sido madrasta ou que os sonhos nada mais do que sonhos sejam de facto, mas por vezes parece que os sons se calaram e os sentidos se esbateram numa nuvem cinzenta de poeira. Nada de palpável, ou que possa ser nomeado de material, mas profunda no peito, como uma cratera bruta e rude instalada na alma, escondida nos sorrisos que trago e nas palavras vãs que disserto.

A perda é terrível, deixa marcas que parecem eternas e que têm o som do soluçar do meu choro e que se manifestam no nó na garganta, apertado para a saliva e para o ar. É algo que ninguém entende e que cada um sente diferente e que portanto ninguém pode entender.

Saio para a rua obrigada pelo território mais alto do meu corpo que sabe que os sinais depressivos que me atormentam, longe deste tecto se atenuam, como se uma névoa branca anestesiante me percorresse a alma e o corpo, numa camada de esquecimento, fresco.

Sinto um sono imenso mas uma ansiedade que não me deixa dormir, mas forço-me a fazê-lo, de modo a não permanecer muito tempo acordada enquanto aqui estou, numa casa que já senti minha mas que hoje, os sinais do meu território, foram cavados debaixo de um limoeiro, transfigurando cada sinal identificador.

Vivo na esperança do amanhã, na vontade de atingir o estado que todos nomeiam como amanhã, naquela altura em que feridas nada mais são que cicatrizes que se veêm mas que não se sentem, quando a dor não será mais dor e em que retorne a mim, numa vontade intensa de vida.